Saudações, amigo cervejeiro!
Sem dúvida as cervejas puro malte estão ganhando espaços tanto nas prateleiras dos mercados quanto no gosto dos brasileiros. E com a valorização delas, é inevitável a comparação com a cerveja com adjuntos com as quais estamos acostumados por aqui.
Mas o que exatamente é uma cerveja puro malte? E o que são esses adjuntos usados na nossa bebida preferida? E a pergunta mais importante: quais são as principais diferenças entre esses dois tipos de cerveja?
Bom, a primeira coisa a saber é que cada um tem o seu paladar e pode preferir uma ou outra. A segunda é que, como você deve saber, a receita básica da cerveja é malte, água, levedura e lúpulo, mas a legislação permite o uso de adjuntos.
O Blog da EZbrew vai explicar direitinho o que são esses adjuntos, como interferem na cerveja e como a indústria se comporta em relação a eles. Pegue o seu copo, leia com atenção e saiba tudo sobre o assunto.
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O que são os adjuntos?
As marcas mais famosas, aquelas cervejas mainstream que compramos nos mercados fazem uso do Decreto 6.871 da legislação brasileira, que descreve a cerveja como:
“A bebida resultante da fermentação, a partir da levedura cervejeira, do mosto de cevada malteada ou de extrato de malte, submetido previamente a um processo de cocção adicionado de lúpulo ou extrato de lúpulo, hipótese em que uma parte da cevada malteada ou do extrato de malte poderá ser substituída parcialmente por adjunto cervejeiro”.
Ou seja, do ponto de vista legal, o uso desses adjuntos é permitido. Esses adjuntos são mais baratos do que o malte e, dessa forma, o resultado final é mais acessível do que uma cerveja puro malte.
O adjunto é qualquer ingrediente que fuja dos quatro insumos principais da cerveja (malte, água, levedura e lúpulo). Os principais adjuntos usados em escala industrial são os cereais não maltados, como o arroz e o milho. Açúcares de cana, xaropes de malte e xaropes caramelizados, também podem ser encontrados com certa facilidade.
Como e por que usar os adjuntos?
Nada impede que o cervejeiro caseiro use outras fontes de carboidrato a partir do arroz ou do milho, fazendo uma pré-gelatinização e adicionando o adjunto no processo de mostura. O resultado pode surpreender!
Existem também extratos de maltose de alta densidade feitos a partir do milho. Enzimas são adicionadas aos grãos para criar esse adjunto.
Já o açúcar de cana de açúcar usado na cerveja deixa um residual doce pela dificuldade da levedura para quebrar as moléculas de frutose que esse produto tem. Se não usado com muito cuidado pode deixar a cerveja enjoativa.
Outras fontes de carboidratos como a batata, a beterraba e a abóbora podem muito bem entrar na receita do cervejeiro caseiro.
O principal objetivo do uso desses adjuntos em escala industrial é a diminuição de custos, mas eles também concedem características legais para a cerveja, como deixá-la mais seca, por exemplo.
Diferentemente do que pensam muitos apreciadores, o principal problema da cerveja mainstream não é a presença dos adjuntos, mas sim o processo em si.
A fermentação é feita em três ou quatro dias para ganhar tempo, em tanques muito grandes em que há dificuldade no controle da temperatura no meio deles. Além da fermentação muito apurada, essas cervejas são muito secas e com pouco lúpulo.
Uma dica: leia bem o rótulo da sua cerveja. Nele devem constar todos os ingredientes usados para a produção da bebida. Estar ligado no que estamos consumindo é sempre uma boa ideia.
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Puro malte x cerveja com adjuntos
A cerveja puro malte é uma cerveja que tem uma receita mais tradicional, com o malte como a fonte exclusiva de açúcares. Isso não é só marketing. Na verdade, a ideia é bem antiga e tem tudo a ver com a Lei da Pureza Alemã, de 1516.
O Reinheitsgebot (a lei de pureza alemã) estabeleceu que a bebida produzida na Bavária só poderia ter três ingredientes: malte de cevada, água e lúpulo – as leveduras ainda não haviam sido descobertas na época.
Na verdade, a lei era a forma de enfrentar uma grave crise econômica da época e tinha dois objetivos: evitar que o trigo, fundamental para a produção de pães, acabasse nos barris de cerveja, e ainda manter o preço da bebida acessível para a população.
Além disso, na prática, a lei diferenciava a cerveja alemã daquelas produzidas por congregações católicas de freiras que em geral usavam ervas na receita, preservando a escola alemã.
De qualquer forma, a cerveja puro malte virou sinônimo de boa cerveja e essa ideia atravessou os séculos até chegar na Era moderna. E vamos combinar: a receita é simples, mas deliciosa.
Ah! Um detalhe da cerveja industrial puro malte moderna: ela não é tão pura assim, já que a legislação de malteria permite o uso de 5% de grãos não geminados e isso é sado pela maioria dos fabricantes.
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Conhecimento é a chave da qualidade
A cerveja puro malte então é melhor do que aquela que leva adjuntos? Não necessariamente! Tudo depende do gosto de quem está bebendo.
Você que faz sua cerveja artesanal, por exemplo, pode optar por uma receita mais tradicional, usando os quatro ingredientes mais conhecidos ou pode fazer experiências com outros insumos. Nada impede que o resultado do uso de adjuntos seja excelente.
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Saúde a todos nós!