As cervejas alemãs são muito mais que uma mera bebida. Você já viu um esportista alemão comemorar um título? Já foi a uma (ou pelo menos viu fotos de uma) Oktoberfest? Certamente, se você buscar agora mesmo uma imagem dessas na internet, vai se deparar com uma bela caneca de cerveja.
Essa é uma questão histórica, uma cultura enraizada no modo de ser do povo bávaro. Bom, bebe-se cerveja na região pelo menos desde o tempo do Império Romano, mas há pouco mais de 500 anos, mais precisamente em 1516, nasceu uma lei que explica bem até hoje o que são as cervejas alemãs e o que elas têm de especial.
Três ingredientes, um objetivo
Reinheitsgebot pode parecer uma palavra bem esquisita para nós que falamos o bom e velho português. Mas se você entende de alemão (ou de cerveja), talvez já conheça o seu significado. Ela é a Lei da Pureza da cerveja alemã.
Na prática, ela estabeleceu que a bebida produzida na Bavária só poderia ter três ingredientes: malte de cevada, água e lúpulo. Outros cereais, frutas, ervas e temperos, nem pensar! Nesta época eles ainda não sabiam que quem fazia a fermentação da cerveja eram as leveduras. A pena para quem fizesse uma cerveja com outros sabores era a apreensão de toda a produção. Um decreto chegou a estabelecer que toda cerveja ruim será jogado no depósito de esterco da cidade”.
A lei, na verdade, era a forma de enfrentar uma grave crise econômica da época e tinha dois objetivos: evitar que o trigo, fundamental para a produção de pães, acabasse nos barris de cerveja, e ainda manter o preço da bebida acessível para a população. Outro motivo de usar somente lupulo, muito abundante na Alemanha, era o movimento protestante fazer frente as congregações católicas de freiras que dominavam a produção e o comercio das ervas usadas em cerveja na epoca.
Seja como for, no fim das contas a Reinheitsgebot acabou criando uma identidade que é celebrada hoje na Alemanha e também fora dela.
Milhares de possibilidades com poucos ingredientes
O tempo passou, assim como a crise, e o trigo pôde voltar às cervejas no país. Mais recentemente, em 1993, passou a ser permitido o uso de açúcar nas Ales alemãs. Outros produtos mais baratos, como milho e arroz, no entanto, seguem vetados.
Por tudo isso, a cerveja da Alemanha hoje é símbolo de qualidade. E quem pensa que as regras deixam os produtos “engessados” está muito enganado. Existem hoje mais de 1.300 cervejarias no país, que produzem mais de 5 mil tipos de cervejas usando apenas malte, lúpulo, água e fermento.
O resultado de tudo isso é um público altamente fiel dentro do próprio país. Cada alemão bebe, em média, 110 litros de cerveja por ano. São cerca de seis milhões de litros apenas durante a Oktoberfest de Munique.
Fora da Alemanha, a produção bávara enfrenta concorrência de outros tipos de cerveja, como as da Bélgica, que se diferem por terem muitos outros sabores. Mesmo assim, a tradição e a qualidade associadas à cerveja alemã ajudam para que ele ganhe novos adeptos.
Se você é, como nós da EZbrew, um apreciador de uma boa cerveja, coloque a mão na massa e produza a sua própria bebida com as características alemãs. Afinal, beber menos com mais qualidade é um lema para nós!
Ah, ao degustar a cerveja, solte o famoso “Prost!!” (saúde) ou ainda “Zum wohl!” (para a sua saúde”, e brinde como um autêntico alemão!