Entrevista com Fátima Bernardi da Primeira nanocervejaria artesanal caseira de Florianópolis

Há algum tempo, noticiamos aqui ao criação do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento de Nanocervejarias e de Cervejeiros Caseiros Profissionais implantado em Floripa. E hoje, temos o baita orgulho de anunciar a primeira nanocervejaria a obter este registro: a Maltês Craftbeer.

Para celebrar este feito incrível que com certeza trará muitas transformações para o mercado cervejeiro local, nada melhor do que entrevistar a querida Fátima Bernardi, fundadora da cervejaria.

Fatima, produz cerveja deste 2018 e resolveu homenagear seu fiel companheiro Floquinho (um cão da raça maltês) ao nomear a sua cervejaria. Até então, suas cervejas são comercializadas para amigos e pessoas do bairro onde vive, o Santinho, mas agora com o registro do MAPA ela pretende expandir a comercialização.

Confira agora como foi a jornada dela até este importante momento e o que está por vir:

 

1- Por que você decidiu produzir cerveja?

Tudo começou com curiosidade através de um amigo que me deu os primeiros passos, dai a curiosidade foi se transformando em um interesse maior e vieram os primeiros cursos e o início da produção caseira.

 

2- Como a sua nanocervejaria começou?

A ideia da nanocervejaria começou no final de 2019, quando a minha produção caseira já estava com um volume que meu equipamento não dava mais conta, e precisei tomar uma decisão, ou continuava do mesmo jeito ou investia em equipamentos maiores. Foi ai que decidi investir e com a possibilidade de ter a minha nanocervejaria no quintal da minha casa, e a possibilidade de registro junto ao MAPA me levou a tomar a decisão em definitivo e apostar as fichas e levar o projeto adiante.

 

3- E como cervejeira caseira começou direto no equipamento automatizado?

Não, comecei com um equipamento BrewStand com 3 panelas de alumínio a gás. Apanhei na primeira cerveja, joguei 40 litros fora, porque contaminou … quase desisti, mas pensei, já estou com o equipamento, gastei dinheiro, não vou parar não, tive também incentivo em casa para continuar, e isso contou muito. fiquei praticamente 2 anos com este equipamento. Quando comecei a pensar em aumentar a minha produção e me automatizar, comecei a pesquisar vários equipamentos de diversos fornecedores, e o que mais me chamou a atenção foram os equipamentos da EZbrew, pois muitos cervejeiros já tinham e estavam falando muito bem, inclusive do custo/benefício. Dai fui assistir a uma brassagem presencial, e me encantei pelo equipamento e pelo excelente atendimento que toda a equipe me proporcionou. Acabei fechando com uma K60. Porém, brassei nela somente 02 vezes e devido ao projeto da nanocervejaria, decidi trocar pela K135, isto foi feito no ano passado, e já estou brassando nela, uma máquina excelente com uma facilidade de uso fantástica.

 

4- O que ela representa para você hoje?

Um sonho realizado, e a certeza que terá muito sucesso no futuro.

 

5- Como você se sentiu quando ficou sabendo sobre o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento de Nanocervejarias e de Cervejeiros Caseiros Profissionais de Florianópolis?

Tomei conhecimento do programa através de um amigo e busquei todas as informações para ver a possibilidade de me adequar as necessidades e atender os requisitos, fiquei muito feliz por este programa, pois ele possibilita o cervejeiro caseiro de buscar sua regulamentação, e assim, poder trabalhar com todos os registros necessários.

 

6- Por que decidiu buscar o registro para a sua nanocervejaria?

Para que pudesse comercializar meus produtos corretamente, sem problemas para mim ou para que comprasse e também para que possa ter a possibilidade de crescimento.

 

7- Como foi este processo?

Foi um processo muito trabalhoso, pois ainda tem muitos entraves burocráticos, tive que buscar muitas informações que não se encontram facilmente. Me aprofundar nas legislações do MAPA para poder atender todas as normativas, buscar fornecedores que pudessem me atender, afinal, meu volume será pequeno, e neste caso, não são todos os fornecedores que atendem as nanocervejarias, existe uma lacuna muito grande neste sentido. Mas ao final, tudo deu certo e consegui o registro.

 

8- Pensou em desistir?

Por incrível que pareça, não, foi um processo difícil, onde a ansiedade foi ao extremo, mas sempre tive certeza que conseguiria, mesmo não sendo no tempo que previ, demorou um pouco mais do que estava imaginando, mas isto também me ensinou a ser mais persistente e menos ansiosa.

 

9- Como você se sente agora que a sua nanocervejaria foi reconhecida?

Extremamente feliz, e com a certeza que o trabalho valeu a pena.

 

10- Quais conselhos você daria a outros cervejeiros que também querem buscar este registro?

Paciência e perseverança, pois é possível chegar ao registro.

 

11- Quais os maiores benefícios que você acredita que este registro vai trazer para a sua nanocervejaria?

Reconhecimento, novos negócios e a abertura de um caminho para muitos cervejeiros caseiros.

 

12 Como você encherga o futuro da sua nanocervejaria após a obtenção deste registro?

Promissor.

 

Gostaria de acrescentar todo o apoio que a equipe Ezbrew me deu neste projeto, inclusive em “comprar” uma ideia para um novo equipamento, que em breve iremos testar. Sem esta parceria, acredito que seria bem mais difícil a obtenção deste registro, que vale colocar, que com este registro, a Maltês Craftbeer se tornou a primeira nanocervejaria artesanal caseira de Florianópolis, e tenho certeza que será um marco para o futuro de muitas outras que virão.

Agradeço também a ajuda do Rafael Zanelatto da Skullashu Craftbeer para montar a parte de equipamentos da nanocervejaria e estará produzindo suas cervejas na nossa estrutura como cigana.

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