Saudações, amigo cervejeiro e amiga cervejeira!
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, vamos falar um pouco da (antiga) relação entre mulher e cerveja. E ela passa bem longe da associação feita por propagandas da bebida com participações femininas como suas “musas”.
A mulher está presente desde o início da história da cerveja no mundo e, muito provavelmente, sem sua presença a nossa bebida preferida nem existiria – pelo menos, não do jeito que a temos hoje.
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Presente das deusas
Desde a Antiguidade, há registros da fabricação de bebidas fermentadas à base de cevada na região da Mesopotâmia. Na Suméria, quase metade da produção dos cereais era destinada às “Casas de Cerveja”, as cervejarias daquela época, que eram mantidas por mulheres.
Com o passar dos séculos e a expansão do conhecimento entre os Impérios egípcios e romanos, logo a cerveja aportou em mares britânicos e gauleses (região que hoje corresponde à França). Foi esse povo que batizou a bebida de cerevisia como forma de homenagear Ceres, a deusa da fertilidade e da agricultura.
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Coisa de mulher
Desde então, e durante muito tempo, a cerveja era considerada parte do cardápio corriqueiro das famílias – e isso até cerca de quinhentos anos atrás. A Inglaterra foi o país que popularizou o apreço pela bebida e lá era comum tomar cerveja junto com as refeições.
Por ser uma parte comum do cardápio, a produção da cerveja era uma tarefa “doméstica”, logo, destinada às mulheres. Grande parte dos conhecimentos, desde o processo de produção até a criação de receitas mais elaboradas, concentravam-se em mãos femininas.
Foi uma mulher, a monja e teóloga alemã Hildegard von Bingen, quem registrou pela primeira vez em detalhes as propriedades do lúpulo. A monja virou Santa Hildegarda (ouvimos um amém?).
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Trocando de mãos
Mesmo com sua paixão declarada pela cerveja, a Rainha Elizabeth I (1558) não conseguiu blindar a tradição das Alewifes – mulheres que produziam cerveja caseira como forma de complementar a renda familiar – dos avanços industriais e capitalistas.
A chegada das possibilidades de produção em maior escala tiraram a ala feminina da jogada, já que esse tipo de trabalho (externo e braçal) era destinado apenas aos homens. A necessidade tino comercial também era um impeditivo para que as mulheres continuassem atuando na área, pois acreditava-se que essa era uma tarefa essencialmente masculina.
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Prontas para o combate
Apesar da drástica redução da participação feminina na produção de cerveja, sua participação em outros momentos históricos foi essencial: foram as mulheres que produziram as cervejas para os soldados durante a Primeira Guerra Mundial.
O retorno das mulheres ao mercado de produção de cerveja tem início no final do século XX, seja como consumidoras, seja como profissionais da área.
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Muito a (re)conquistar
A retomada gradual a esse universo que se tornou essencialmente masculino por muitos anos não foi simples. Entre os obstáculos a serem superados, vale o destaque para o preconceito: além de se provar como profissional qualificada, foi preciso derrubar o tabu de que “cerveja não é coisa de mulher”.
Por muitos anos, a associação da mulher à cerveja se limitou a participações em comerciais, nos quais o que prevalecia era a exposição do corpo feminino. A redução desse tipo de ação é nítida nos dias atuais e, cada vez mais, as mulheres seguem provando que o lugar delas pode ser dentro de uma cervejaria, sim!
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Amigo cervejeiro, amiga cervejeira… nada como um pouco de conhecimento para ampliarmos nossos horizontes neste maravilhoso mundo da produção de cerveja, não é mesmo? E o artigo de hoje nos traz uma satisfação maior ainda: poder reconhecer e registrar a importância da mulher nessa História. Que mais e mais mulheres ganhem esse espaço… afinal, se tem uam coisa que é de mulher, é a cerveja!
Um brinde às mulheres cervejeiras!!